19.12.14

Narrativas Gráficas: tarde de autógrafos e bate-papo com o cartunista baiano Flavio Luiz

Amanhã, sábado, dia 20 de dezembro, tem sessão de autógrafos e bate-papo com o cartunista baiano Flavio Luiz na recém-inaugurada nova sede da comic shop RV Cultura & Arte (Av. Cardeal da Silva, 158, Rio Vermelho), das 16h30 às 19horas.

A nova aventura do jovem lutador baiano criado por Flávio Luiz, Au, o Capoeirista enfrenta piratas no álbum O Fantasma do Farol. Vale conferir a trama de tirar o fôlego do leitor: um fantasma assanha o Farol da Barra na noite de lançamento de uma exposição sobre náufragos na Baia de Todos os Santos. Uma chave roubada. Um tesouro escondido? Aú e seu melhor amigo, Dó, além de seu inseparável miquinho, Licuri, se envolvem numa trama de investigações e segredos que os levam de Salvador até as ruinas de um casarão, em Praia do Forte.

Com a qualidade gráfica especial (capa dura, papel couchê), diagramação ágil e desenhos bem elaborados, a aventura do Fantasma do Farol é bem eletrizante, cheia de mistério e humor. Para conseguir publicar esse segundo álbum do capoeirista Aú, Flavio Luiz que está residindo em São Paulo, teve que recorrer aos leitores. Através do crowdfunding. A obra foi inteiramente financiada por crowdfunding (financiamento coletivo) em quase dois meses. Cerca de 200 colaboradores participaram para a impressão do álbum e o resultado foi um trabalho de primeira qualidade.

Papai Noel Sem Saco - Hector Salas





11.9.14

R.I.P. Antônio Cedraz, autor da Turma do Xaxado

O site PigArts se despede de um dos grandes mestres do quadrinho nacional, e um grande amigo, incentivador, uma alma generosa, gentil...
Vá em paz, mestre! 

Você nunca será esquecido!!

 
O cartunista Antônio Luiz Ramos Cedraz, ou simplesmente Antônio Cedraz, criador da Turma do Xaxado, faleceu hoje, às 6h30min, aos 69 anos, após um longo combate contra um câncer de intestino. Ele foi internado no último dia 3 de setembro, em estado grave, e não resistiu.


Cedraz nasceu na cidade de Miguel Calmon, na Bahia, em 4 de maio de 1945. Seus primeiros contatos com os quadrinhos foram na cidade de Jacobina, onde cresceu e se formou professor. Fã de personagens como Tarzan, Superman, Capitão Marvel, Fantasma e os da Disney e da Turma da Mônica, tinha como referência desenhistas brasileiros da década de 1960, como Ygaiara, Isomar, Mauricio de Sousa, Ziraldo, Nico Rosso, Sérgio Lima, Gedeone, Orlando Pizzi, Edmundo Rodrigues, Jayme Cortez, Flavio Colin e Julio Shimamoto.

Teve diversos trabalhos publicados em jornais baianos, e ganhou prêmios em concursos e exposições no Brasil e no exterior, entre eles 2º Encontro Nacional de Histórias em Quadrinhos, realizado em Araxá (MG), em 1989; seis troféus HQ Mix, além do Prêmio Ângelo Agostini de Mestre do Quadrinho Nacional.




Sua grande criação foi a Turma do Xaxado. Inicialmente, esses personagens faziam parte da Turma da Pipoca. Em 1998, o editor do caderno Municípios do Jornal A Tarde, de Salvador, pediu para Antônio Cedraz algumas tiras. Imediatamente, o criador lembrou de Xaxado e seus amigos, pois eles tinham tudo a ver com o assunto desejado. Inicialmente sendo publicado duas vezes por semana, as histórias logo passaram a sair todos os dias, graças à boa resposta dos leitores, desta vez no Caderno 2 do periódico.

Xaxado é um garoto do interior da Bahia, neto de um cangaceiro. Suas aventuras retratam a vida das pessoas da região, com suas crenças e lendas. Ainda fazem parte da turma os seus pais, Seu Enoque e Dona Fulô, além dos amigos Zé Pequeno (o preguiçoso), Marieta (que fica ensinando a todos como falar corretamente), Arturzinho, o Padre e até o Saci. Isso sem falar em seus animais de estimação, como o jumento Veneta, o porco Linguicinha, a galinha Odete e o cachorro Rompe-Ferro.

Cedraz, por Hector Salas


Em conversa com o site Universo HQ, em 2001, Cedraz admitiu as semelhanças entre ele e sua criação. “Na verdade, o Xaxado resgata a minha infância no interior. Periodicamente, vou até lá visitar meus parentes e amigos. Mas para criar a turma viajei com outro propósito. Passei vários dias olhando tudo de outro modo, pesquisando a fala e os modos do povo. Fui às feiras livres, fotografei cenários e indivíduos, li revistas e material sobre o campo e, de posse de um bom material, passei a compor os tipos, Zé Pequeno, Marieta, o Padre, Arturzinho…”, disse.


Cedraz, por Rezende



  
Cedraz, por Sidney Falcão


Os personagens ganharam tiras, livros, jornais e revistas, por editoras como Escala e HQM. Por várias vezes, foram usados pelo Governo da Bahia em campanhas junto ao público infantil, como de reciclagem, combate a dengue e material paradidático em escolas. Em 2003, ganhou apoio da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura).


No início deste ano, Antônio Cedraz foi homenageado com uma exposição em Salvador. Em 2015, ele será o autor homenageado no FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte.


O velório será as 14:00, na capela "D", do Cemitério Jardim da Saudade, e o sepultamento as 16:30, nesta quinta feira.